quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Porto escorrega com chuva de City

O F.C.Porto perdeu por 0-4 frente ao City. Apesar da goleada, que não reflecte o que realmente se passou em campo, não fica marcada a superioridade do milionário clube inglês. O Porto debateu-se bem nos dois jogos, sendo o principal culpado pelo seu afastamento, com erros defensivos incríveis a este nível europeu. Quando Jorge Jesus referiu que a nota artística do Benfica era importante, nunca pensei que o Porto leva-se essa afirmação tão a peito. Hoje, a nota artística da equipa nortenha ficou-se pelo 8,5 pontos. Com boa circulação de bola, com desmarcações directas e indirectas, com vários jogadores a chegar à linha de fundo para cruzar. Porém, esqueceram-se do objectivo principal de um jogo de futebol, fazer golos. E como se fazem golos? Com remates! Nesta nota artística, quem teve 10 pontos, foram os Citizens. E, por aqui, juntando as perdas de bola infantis como o primeiro golo, ao 20 segundos, se explica o resultado avultado.
Por último, a questão da arbitragem. Sem tirar mérito ao City que vence, e bem, a eliminatória, e sem desculpabilizar os erros dos azuis e brancos, a arbitragem no conjunto das duas mãos foi péssima. No Dragão, ficou uma grande penalidade por marcar a favor da equipa da casa e duas expulsões por acumulação de amarelos, nomeadamente a Nasri e a Micah Richards. Hoje, em Inglaterra, a dualidade de critérios foi aberrante. Se a equipa nacional leva amarelos por protestar as decisões dos árbitros, então o adversário também deve levar pelos mesmos actos. Além disso, existiram faltas iguais para os dois lados, mas apenas a equipa nortenha viu os referidos cartões amarelos. É incompreensível como as mesmas faltas são duplamente punidas e outras não.
Os golos foram assinalados por Kun Aguero aos 20 segundos, Dzeko aos 76 minutos, David Silva aos 84 e David Pizarro aos 86.
Rolando foi expulso por acumulação de amarelos em protesto aquando do segundo golo do City.

Jogadores do Porto um a um:

Hélton: Sem muito trabalho hoje. Quase me arrisco a dizer que se não fossem os golos, e um remate à barra de Aguero, o Brasileiro nem se notava no jogo. O jogo no Dragão foi bem mais atarefado.

Maicon: Aposta novamente na direita. Defensivamente não "meteu água", porém, os genes ofensivos de saber quando tem de atacar, passar nas costas do colega e cruzar, não lhe estão no sangue. Finalmente, tal como no jogo no Dragão em que meteu Aguero em jogo, hoje meteu Dzeko. Uma situação a rever pela equipa técnica do Porto. Quando não se sabe fazer bem uma coisa, o melhor é não fazer.

Rolando: Esteve seguro. Não comprometeu. Cumpriu a sua missão como defesa central. Porém a sua expulsão é algo infantil. Quando já se tem um cartão, não se deve criticar as decisões do árbitro, mesmo que se tenha razão e sabendo que o mesmo não as tolera. Precisa de amadurecer mais neste âmbito o defesa internacional português.

Otamendi: A sua principal lacuna ficou hoje claramente evidente. A bola nos pés atrapalha. Não é jogador para criar, a partir de trás, jogo para a equipa. Quis fazer um passe arriscado, e deu-se mal. Recuperação de Yaya Touré, passe pelo meio dos defesas centrais e a qualidade e velocidade de Aguero fazem o resto.

Alex Sandro: Primeiro jogo na rota europeia e cumpriu, devia ter arriscado mais no ataque. Precisa de melhorar o sentido posicional e de decisão dos lances. É um jogador novo, em crescimento, mas com qualidades bem visíveis.  

Fernando: Não fez um jogo tão bem conseguido como no Dragão, mas foi na mesma um dos melhores do Porto. Excelente a matar o jogo inglês e a criar jogo. Recuperou imensas bolas e ainda tentou, na primeira parte, imitar a graça de Setúbal, porém as circunstâncias são claramente diferentes. Resumindo, excelente jogo.

J. Moutinho: O melhor em campo na opinião de MisterQueirós. Excelente na recuperação de bola, no fazer jogar. Foi dele que partiu a iniciativa em chegar rápido à baliza contrária e na circulação de bola. É um jogador incansável, um verdadeiro pulmão.

Lucho: Bem na circulação de bola e na pressão. Apareceu bem na área, na zona de remate. Fez um remate perigoso na segunda parte. Tem qualidade para mais.

Varela: Bom jogo por parte do português. Bem nas suas incursões com a bola controlada, ganhou alguns espaços. Precisa de mais ritmo para ganhar confiança. Jogou a Ponta de Lança, mas não é o matador de que se precisa.

James Rodriguez: Não foi influente como tem vindo a ser. O facto de não ser aposta na equipa principal nos últimos jogos pode ter influência na sua motivação. Fez a equipa jogar junto com Moutinho e Lucho, porém peca na falta de remates à baliza. Mas isso não é só James, é a equipa toda.

Hulk: Não consegue disfarçar mais a sua fraca forma fisica e moral. Nos momentos em que a equipa precisa dele, não resolve, bloqueia e torna-se individualista. Tornou-se presa fácil para Clichy. Não se entende, como no jogo da primeira mão, a sua permanência em campo durante os 90 minutos. Claramente um jogador a menos em campo.

Sapunaru; C. Rodríguez e Defour: O romeno, entrou para substituir o lesionado Otamendi aos 63 minutos, juntamente com o "Cebola". Não trazendo nada ao jogo portista. Defour entrou aos 80 minutos e teve tempo apenas para fazer um remate perigoso à baliza de Joe Hart. 

2 comentários:

Kostadinov o Flecha disse...

Gostei do V/comentário no Dragão até a Morte.
Tocou no ponto fulcral, que eu já vinha alertando para a nota artística, no meu blog.
Quando se pode jogar simples. porquê complicar?
A ânsia de Vítor Pereira em querer ser considerado e reconhecido com o melhor em notas artísticas da treta, tem provocado alguns dissabores desnecessários.

http://portodragoinfire.blogspot.com/

MisterQueirós disse...

obrigado pelo seu comentário,sim penso mesmo, jogar simples é o melhor, o city foi mais pragmático no ataque, e é assim que se tem de jogar. A nota artística não serve de nada